Por que importa
Confundir capital de giro com CAPEX é receita para estourar caixa e travar crescimento. Neste guia, mostramos como separar as contas, medir o impacto e decidir com disciplina.
O básico — sem economês
Glossário rápido
Infográfico — O ciclo do dinheiro
CAIXA → ESTOQUE (DIO) → VENDA A PRAZO (DSO) → RECEBIMENTO
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FORNECEDORES (DPO) ←──────────┘
CCC = DIO + DSO – DPO → quanto menor, melhor
Onde as empresas do Rio Grande do Sul mais erram (e como acertar)
1) Financiando crescimento com caixa de giro… e não com crédito adequado
Problema: pico de pedidos (safra, sazonalidade industrial/varejo) aumenta estoque e contas a receber; falta caixa para operar.
Correção: linhas de capital de giro rotativo (curto prazo) e acordo de prazo com fornecedores; CAPEX só após estabilizar CCC.
2) Tratando TI/automação como OPEX puro quando é CAPEX estratégico
Problema: soluções que reduzem custos por anos entram como despesa, comprimindo EBITDA e cortando investimento.
Correção: classificar projetos de automação/infra como CAPEX quando geram benefício plurianual e possuem ativo identificável/licença capitalizável.
3) Comprar máquina para “resolver” giro
Problema: CAPEX para aumentar capacidade sem resolver prazo de clientes ou estoque alto → mais imobilização de caixa.
Correção: otimizar CCC antes: renegociar DSO/DPO, reduzir DIO (MRP, previsões, SKU racionalizado).
Tabela — Diagnóstico rápido (RS)
Infográfico — Fluxo de decisão (não confunda giro com CAPEX)
1) O problema é do ciclo operacional? (estoque, prazos, recebíveis)
└─ Sim → Atue no CCC (DIO/DSO/DPO). Financiamento: giro/curto prazo.
└─ Não → Existe ativo que gera benefício por >12 meses?
└─ Sim → CAPEX (com NPV/ROIC). Financiamento: longo prazo.
└─ Não → OPEX (despesa recorrente).
Matriz — O que é OPEX, Giro ou CAPEX
Disciplina de caixa que separa vencedores
Regras práticas de orçamento
CCC primeiro, CAPEX depois: melhorar giro libera caixa para investir.
Parear prazo de dívida ao ativo: curto prazo para giro; longo prazo para CAPEX.
Comitê de investimentos com Payback, NPV e ROIC mínimos (ex.: Payback ≤ 24 meses; ROIC > WACC + 3 p.p.).
Limite de alocação: proteger reserva de liquidez (ex.: 2–3 meses de OPEX fixo).
Painel de métricas (Brasil)
Anti-padrões (Brasil)
Usar limite bancário de curto prazo para comprar ativo de 5–7 anos.
Realocar empréstimo de giro para TAMPA de CAPEX “porque a taxa é boa”.
Antecipar recebíveis cronicamente para fechar mês — sinal de CCC doente.
Boas práticas para copiar
Política “giro antes de CAPEX” documentada e auditável.
Stage-gate de investimentos: ideação → business case → pilot → go/no-go com métricas.
FinOps para projetos de TI e IA: custo por caso de uso, showback por diretoria.
Term-matching de dívida: hedge de prazo e moeda, evitando mismatch no caixa.
Tabela — Tradução prática global → local
Roteiro de 90 dias (para executar de verdade)
Semanas 1–4
Mapa do CCC (DIO/DSO/DPO) e quick wins de prazo e estoque.
Definir política de classificação (OPEX x Giro x CAPEX).
Criar comitê de investimentos e template de business case.
Semanas 5–8
Renegociação estruturada de prazos com fornecedores/clientes.
Pilotos de redução de DIO (SKU, MRP, previsão).
Pipeline de CAPEX com NPV/ROIC e stage-gate.
Semanas 9–12
Implantar painel mensal do CCC e reserva de liquidez.
Aprovar CAPEX com payback ≤ 24m; adiar o resto.
Política de pareamento de prazos de dívida publicada.
Como a Farol 613 ajuda
Diagnóstico de caixa (CCC, prazos e estoques) e política de classificação.
Renegociação de prazos e quick wins de giro.
Comitê de CAPEX com business cases e metas (Payback/NPV/ROIC).
Painel de caixa e governança mensal com diretoria.
CTA: Quer sair com um plano de CCC saudável e CAPEX disciplinado? Workshop Caixa & CAPEX (3h) com a Farol 613.
Nota de transparência
Alguns valores e faixas são indicativos e variam por setor e sazonalidade. Ajustamos tudo no diagnóstico inicial e mantemos o painel de caixa atualizado mensalmente.